Na raiz da maioria dos problemas de corrupção e ineficiência do Estado está o atual quadro político brasileiro. Defendo que uma reforma política é uma das mais importantes iniciativas estruturantes que precisa com urgência ser implementada no país. Quase todas as medidas recém-aprovadas (fim do financiamento empresarial, redução do período de campanha, mudança de critérios e programas no tempo de TV, entre outros) pouco influenciam nas possibilidades de caixa 2 e outras mazelas muito já conhecidas pelos eleitores brasileiros. Na minha opinião, uma reestruturação política, precisaria primariamente passar pelas seguintes questões:
– Estabelecimento do Bipartidarismo – o país precisa extirpar a criação de partidos que, ao final, não representam ideologias e temas, mas defendem, na prática, fundo partidário, tempo de TV, legenda de aluguel… é claro que é possível aglutinar temas afins em torno de duas legendas! O Brasil já viveu essa realidade no passado com Arena e MDB e não se tem notícia de perdas significativas no campo das ideias;
– Aplicação de limites de investimentos nas campanhas eleitorais – sabidamente caríssimas a campanha brasileira tem hoje um limite balizado em parâmetros de campanhas anteriores; claro que há espaço para limitar os meios (apenas TV, rádio e internet – que são mais que suficientes para que os candidatos sejam conhecidos pelos eleitores e o limite de R$1,00 por eleitor, em limitação para gastos dentro do ambiente geopolítico disputado;
– Plebiscito para avaliação de candidatos – avaliação de candidatos no segundo ano de mandato; ao voltar às urnas o eleitor poderia avaliar o candidato no qual votou na eleição passada, junto com a alternada municipal ou estadual/federal! Assim os parlamentares agiriam com maior responsabilidade com os seus eleitores;
– Austeridade no mandato – avaliação de austeridade nos mandatos eletivos mensurados pelas economia propiciada pelos cofres públicos – avaliação por um sistema de controle social.
Claro que não se esgota aqui; mas, assim, com medidas simples de participação e controle social, estaríamos dando o “pontapé inicial” para uma democracia mais realista e efetiva.